Comadre Florzinha
Artista: Isabella Soares Duarte
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Técnica mista
Altura 42 cm x Largura 59,4 cm x Gramatura 300g
Ano da obra: 2023.
Acompanha moldura.
Acompanha certificado de autenticidade da galeria.
Peça única, 1 de 1.
Local atual da obra: Jaboatão dos Guararapes - PE
O artista recebe pagamentos por Pix, Mercado Pago.
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Envio por conta do comprador.
Descrição da obra pelo artista:
Esta obra faz parte de uma série denominada "Os Encantados" que foi criada a partir de uma vivência no final do ano passado e começo deste ano na Baía da Traição/PB em território indígena da etnia Potiguara. Chamada de "Comadre Florzinha" ela representa uma entidade que protege as matas e traz também o resgate de uma história que quase esqueci. De uma amiga que, por muito tempo, deixei para trás.
Quando criança, em Paulista, região Metropolitana de Recife, em uma casa de esquina branco gelo, tive contato pela primeira vez com os saberes desse ser. No pequeno quintal da casa durante toda a minha infância, ao lado de minha avó, Helena, nós semanalmente costumávamos colocar pratos de mel ou pratos de papa de aveia com mel embaixo do pé de pitanga. Embaixo dele, nos sentavamos e mesmo com toda fragilidade de uma senhora de quase oitenta anos, eu via minha avó chamar pela sua amiga tão querida. Comadre Florzinha foi grande companheira e amiga de minha avó desde a sua infância no sertão de Pernambuco até os últimos dias de vida em um hospital de Recife aos oitenta e um anos. No tempo que a nossa vida se cruzou, ela me ensinou a cuidar, conversar, chamar e respeitar a entidade protetora. A não temer. Não demonizar. E assim, após quase doze anos de sua morte, nas matas da Baía da Traição, eu reencontrei e reconheci a entidade que sempre se fizera presente em minha infância. Trago na obra a mistura de representações: a imagem que tenho guardada na lembrança de quando criança e a imagem que se construiu a partir da nova vivência; a imagem que me foi dada de presente pela minha avó através de suas histórias; somando-se as histórias que ouvi nos aldeiamentos. A força da mata se faz presente no traço mais forte e também na delicadeza dos detalhes feitos em nanquim. Cabelos longos que se misturam às folhas. Força, fragilidade humana, fins e recomeços. A vida que se encerra na terra mas não se termina em vida. A vida que se transforma e acha formas de se dar continuidade. E assim, se continua, potente e eterna.

