Pintando como Criança 1 - 2
Artista: Loreni Schenkel
Instagram: @loreni.art
Whatsapp: (61) 9992-7892
Material de suporte da obra:
Óleo, técnica mista, díptico.
Altura 80 cm x Largura 224 cm x 5 cm (cada obra).
Ano da obra: 2021
Peça única: 1 de 1
Local atual da obra: Brasília - DF.
O artista recebe pagamentos por: PIX
Envio aproximado em até 2 dias úteis.
Envio por conta do comprador.
Descrição da obra pelo artista:
Anexo o texto do curador para entender melhor o processo da fralda. O medo é uma sensação instintiva e natural do ser humano. É uma das formas de defesa e proteção frente às ameaças reais e imaginárias. O desagrado provocado por ele, apresenta-se de modo paralelo ao entendimento de não vulnerabilidade. Ao longo de nossas vidas experimentamos essa sensação diversas vezes, seja por fatores emocionais, cognitivos ou experiências pretéritas. Na infância, suas manifestações são bem evidentes, já que nessa fase aprendemos a lidar com nossas emoções. É consenso quase universal junto aos teóricos da psicanálise que se dá na infância a construção dos alicerces do ser humano, onde serão fixadas todas as estruturas para a vida. É nessa fase, se bem estruturada, que desenvolve-se a capacidade de superar grandes problemas. Mais especificamente na fase de nove a doze anos, surgem os questionamentos sobre a aparência física, o escuro, a morte e sobretudo aqueles ligados ao futuro. Loreni Schenkel desenvolveu pesquisa recente nos últimos dois anos atrelada a uma proposta que revive suas lembranças mais íntimas, neste período de sua vida. A memória do que sua mãe representa e consequentemente sua ausência física são os pontos centrais de todo o trabalho aqui exposto. Como foi construída a trajetória de uma uma menina do interior do Rio Grande do Sul, aos dez anos de idade, que perde sua mãe, e se sente sozinha em um mundo desconhecido? O que poderia garantir a presença da mãe? A artista possuía uma fralda - a zêta - que ainda guardava o perfume daquela que havia partido. Era esse tecido a ponte que garantia o contato entre mãe e filha. Em certo momento, a dor lhe foi imposta, quando de maneira abrupta, um homem já adulto e de seu círculo familiar, arranca de suas mãos aquele último vínculo físico. Fogueira! Destruição! Marcas anunciadas de maneira dura! Você já é uma mulher! Solte esse pano sujo! A partir dessa matriz, e inserida em um momento de grande introspecção devido aos quase dois anos de reclusão pandêmica, Loreni aproxima-se de linguagens pouco exploradas em sua rotina artística: Fotografia, instalaçōes e técnicas mistas sobre impressōes digitalizadas. Além disso, apresenta também, escultura e pintura, essa última, bem diferente do que produzia em pesquisas anteriores. A materialidade das lembranças foi tamanha, que a artista sentiu necessidade de conformar suas telas com mais realismo. O mesmo realismo que fez com que se tornasse sensível às dores do mundo e que por meio de sua arte compartilha aquilo que de fato é. Rogério Carvalho

